Resumo

Durante a última década, Staphylococcus aureus meticilina resistente (MRSA) tem emergido como agente patogênico freqüente em hospitais e na comunidade, gerando sérios problemas de saúde pública. Este trabalho teve como objetivo avaliar fenotipicamente os mecanismos de resistência presentes em cepas de MRSA isoladas em hospitais da cidade de Ponta Grossa – Paraná. Foram analisadas 42 cepas armazenadas em um banco de bactérias da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). O teste de sensibilidade aos antimicrobianos pelo método de disco difusão foi realizado para os seguintes antimicrobianos: penicilina, oxacilina, cefoxitina, gentamicina, eritromicina, clindamicina, sulfazotrim, rifampicina, cloranfenicol, tetraciclina e ciprofloxacino. A resistência à vancomicina foi avaliada através do método da concentração inibitória mínima (CIM) utilizando-se uma tira de E-test®. A pesquisa do gene erm foi realizada pelo método de disco aproximação entre a clindamicina e a eritromicina. A pesquisa do gene mecA foi realizada através da pesquisa da PBP 2a por meio do teste de aglutinação em látex (Oxoid®). Todas as cepas testadas apresentaram resistência à penicilina, oxacilina e cefoxitina. Os antimicrobianos com 100% de sensibilidade foram a rifampicina e a vancomicina. A resistência aos demais antimicrobianos foi a seguinte: ciprofloxacino (78,57%), gentamicina (47,62%), sulfazotrim (28,58%), cloranfenicol (33,33%), tetraciclina (16,67%), eritromicina (92,85%) e clindamicina (76,2%). O fenótipo MLSbi do gene erm foi detectado em uma cepa (2,38%). Trinta e uma cepas (73,81%) apresentaram resistência à eritromicina e clindamicina, caracterizando o fenótipo produtor da enzima MLSbc. Em sete isolados (16,67%) foi observado a resistência à eritromicina e sensibilidade à clindamicina, caracterizando o fenótipo produtor da enzima MSb. Apenas 3 amostras (7,14%) apresentaram sensibilidade para a eritromicina e clindamicina. No presente estudo, obtivemos três cepas (7,7%) negativas para a pesquisa de PBP 2a na prova do látex, o que reflete uma sensibilidade de 92,3%. Concluiu-se que os MRSA analisados apresentaram elevado perfil de resistência, continuando a vancomicina uma importante opção terapêutica. Estudos moleculares são necessários para confirmação da presença do gene mecA nos isolados que foram negativos para a pesquisa da PBP 2a pelo teste de aglutinação em látex.