Resumo

O monitoramento da contaminação microbiana no ambiente hospitalar é uma das formas adotadas para o controle e prevenção das infecções adquiridas em hospitais. Entre os principais agentes de infecção hospitalar há um considerável percentual de isolados bacterianos resistentes aos antimicrobianos. Os fungos, devido ao seu caráter oportunista, também são considerados importantes patógenos hospitalares. Este trabalho teve como objetivo pesquisar microrganismos em superfícies inanimadas, tais como grades das camas, estetoscópios, maçanetas, suporte de soro, esfignomanômetro, entre outros, no ambiente da UTI do Centro Médico Municipal Dr. Serafim de Carvalho, localizado na cidade de Jataí – GO, no período de Fevereiro a Setembro de 2012. Foi avaliado também o perfil de resistência dos microrganismos encontrados. A coleta foi feita com swabs umedecidos em solução salina esterilizada. Esses swabs foram semeados em meios de cultura específicos para isolamento dos principais agentes de infecção em pacientes hospitalizados (Staphylococcus aureus, Enterococcus sp, Enterobactérias, Bacilos Gram-negativos não fermentadores e Candida sp) e incubados a 37°C por até 48 horas ou por 72 horas para a pesquisa de levedura. As colônias foram identificadas através de suas características morfológicas, características morfotintoriais e provas bioquímicas tradicionais. Foram coletadas amostras de 110 objetos, dos quais 40 (36,4%) deles continham pelo menos uma das bactérias pesquisadas. Ao todo foram isolados 49 microrganismos. Dentre os microrganismos mais frequentemente isolados, destacaram-se Candida sp (33%), cocos Gram-positivos (29%), bacilos Gram-negativos não fermentadores (22%) e Enterobactérias (19%). O perfil de resistência foi verificado através do método de difusão em ágar com discos de antibióticos selecionados de acordo com a identificação bacteriana. Dos 49 microrganismos encontrados, 25 (51%) se mostraram resistentes a mais de uma classe de antibióticos, sendo considerados então multirresistentes. Um fato muito importante é que dos oito S. aureus encontrados, 2 (25%) se mostraram resistentes à meticilina (MRSA).