27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:306-1


Poster (Painel)
306-1ESTUDO DE 16S rRNA METILTRANSFERASES COMO MECANISMO DE RESISTÊNCIA AOS AMINOGLICOSÍDEOS EM AMOSTRAS CLÍNICAS DE Klebsiella sp.
Autores:Corrêa, L.L. (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; Da-Silva, L.H.J. (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; Moreira, B.M. (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; Picão, R.C. (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro)

Resumo

Introdução: Klebsiella spp. são agentes etiológicos de infecções associadas à assistência em saúde, com importante prevalência em neonatos prematuros sob cuidados intensivos. Os aminoglicosídeos são comumente empregados para o tratamento de infecções por Klebsiella spp. A metilação do rRNA 16S confere altos níveis de resistência a todos os aminoglicosídeos empregados na prática clínica. Diferentes tipos de 16S rRNA metiltransferases foram relatados em bactérias de importância médica: ArmA, RmtA, RmtB, RmtC, RmtD/RmtD2, RmtE, RmtF, RmtG, RmtH e NpmA. O objetivo do trabalho é elucidar aspectos moleculares da produção de metiltransferases em amostras clínicas de Klebsiella spp. Material e Métodos: 136 amostras de Klebsiella spp. foram isoladas de neonatos internados em quatro hospitais do Rio de Janeiro entre abril de 2005 e fevereiro de 2009. O perfil de sensibilidade aos antimicrobianos foi determinado por disco-difusão. Dentre as 136 amostras estudadas, 44 apresentaram resistência a amicacina e foram submetidas à PCR para detecção dos genes codificadores de metiltransferases e ao ERIC PCR para tipificação. A análise da localização dos genes em estudo foi averiguada por conjugação, perfil plasmidial e hibridização. As amostras positivas para genes de metiltransferases tiveram a concentração mínima inibitória (CMI) para amicacina, gentamicina e tobramicina determinada por microdiluição. O contexto genético investigado por PCR. Resultados: Treze (30%) das 44 amostras amostras investigadas carreavam o gene rmtD2, pertenciam a dois grupos clonais distintos e apresentaram CMI superior a 256µg/mL para os aminoglicosídeos testados. Adicionalmente, todas eram resistentes a cefalotina e sensíveis a ciprofloxacina e meropenem. Nenhuma das amostras apresentou resultado positivo na conjugação e após a realização do perfil plasmidial e hibridização, a última ocorreu junto ao DNA cromossomal. Ainda, todas as amostras positivas para rmtD2 amplificaram para ISCR14. Conclusão: A produção de RmtD2 parece ser um importante mecanismo de resistência aos aminoglicosídeos entre as amostras estudadas. Diferente do observado para a maioria dos genes de metiltransferases, que são carreadas por plasmídeos, nas amostras do estudo os genes parecem estar presente no cromossomo e associados à ISCR14, que pode ter sido responsável pela mobilização do determinante genético para o cromossomo.