27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:298-1


Poster (Painel)
298-1ATIVIDADE ANTIFÚNGICA IN VITRO DE ESTATINAS SOBRE ESPÉCIES DE CANDIDA E CRYPTOCOCCUS
Autores:CAETANO, E. P. (CEMM/UFC - Centro Especializado em Micologia Médica, Univ. Fed. Ceará) ; CASTELO-BRANCO, D. S. C. M. (CEMM/UFC - Centro Especializado em Micologia Médica, Univ. Fed. Ceará) ; BRILHANTE, R. S. N. (CEMM/UFC - Centro Especializado em Micologia Médica, Univ. Fed. Ceará) ; SOUZA, E. R. Y. (CEMM/UFC - Centro Especializado em Micologia Médica, Univ. Fed. Ceará) ; SIDRIM, J. J. C. (CEMM/UFC - Centro Especializado em Micologia Médica, Univ. Fed. Ceará) ; BANDEIRA, T. J. P. G. (CEMM/UFC - Centro Especializado em Micologia Médica, Univ. Fed. Ceará) ; ROCHA, M. F. G. (CEMM/UFC - Centro Especializado em Micologia Médica, Univ. Fed. CearáFAVET/UECE - Faculdade de Veterinária/Universidade Estadual do Ceará)

Resumo

O aumento nos últimos anos de indivíduos imunocomprometidos tem favorecido o surgimento de infecções oportunistas, principalmente as infecções fúngicas. Candidemias e criptococoses são micoses sistêmicas importantes que acometem esta população. Apesar da existência de terapias eficazes com antifúngicos, a busca de novas drogas que atuem como adjuvantes no tratamento ainda se fazem necessária. As estatinas são fármacos hipolipemiantes que tem demonstrado atividade antimicrobiana in vitro frente a algumas espécies de fungos. No entanto, ainda existe a necessidade de estudos envolvendo novas estatinas e mais espécies fúngicas, com a finalidade de consolidar este conhecimento. Nesta perspectiva, o presente estudo avaliou o efeito in vitro de sinvastatina, atorvastatina e pravastatina isoladas e combinadas com antifúngicos contra Candida spp. e Cryptococcus spp. Foram utilizadas cepas de Candida: C. albicans (n=16), C. tropicalis (n=12), C. krusei (n=11), C. orthopsilosis (n=10) e C. parapsilosis (n=2); e cepas de Cryptococcus spp. (C. neoformans, n=13, C. gattii, n=12). O estudo foi conduzido em ensaio de microdiluição em caldo, descrito no documento M27-A3 padronizado pelo CLSI, a fim de se determinar a concentração inibitória mínima (CIM). Os intervalos de concentração testados foram: 3,9 a 2.000 µg/mL para sinvastatina; 19,5 a 10.000 µg/mL para atorvastatina; e 97,6 a 50.000 µg/mL para pravastatina. Diante dos melhores resultados observados para sinvastatina, esta foi testada em combinação com os antifúngicos anfotericina B, itraconazol e fluconazol contra todas as cepas. A interação das drogas foi analisada através do cálculo do Índice da Concentração Inibitória Fracionária (FICI). A sinvastatina foi capaz de inibir todas as cepas de Candida spp. e Cryptococcus spp. com valores de CIM variando de 15,6 a 1.000 µg/mL e 62,5 a 1000 µg/mL, respectivamente. Já a atorvastatina e pravastatina inibiram apenas algumas cepas de Candida spp. As combinações de sinvastatina com itraconazol e fluconazol apresentaram sinergismo tanto para Candida spp. quanto para Cryptococcus spp. Enquanto que a associação de sinvastatina com anfotericina B foi sinérgica apenas para Cryptococcus spp. Os dados obtidos mostraram a atividade inibitória in vitro de estatinas contra Candida e Cryptococcus, com destaque especial para sinvastatina, a qual apresentou menores valores de CIM contra todas as cepas testadas e, ainda, interagiu sirnergicamente com os antifúngicos derivados azólicos.