Resumo

A contaminação de águas por resíduos industriais tem se tornado alvo de intensa preocupação nos últimos anos. Entre estes contaminantes é possível citar as indústrias curtumeiras que lançam no ambiente uma enorme variedade de químicos. Os corantes são de difícil remoção, foto e termo resistentes, recalcitrantes, e solúveis em água, por isso os métodos convencionais de tratamento de efluentes, não são adequados para a completa eliminação dos corantes residuais despejados nas águas. A biorremediação pode ser uma solução viável inclusive para a eliminação de hidrocarbonetos aromáticos através de um complexo enzimático extracelular(lacases, lignina peroxidases e manganês peroxidases)sintetizado por diversos micro-organismos, dentre eles o Pleurotus sajor-caju, especialistas em degradar lignina. OBJETIVO: No presente trabalho, objetivou-se a biodegradação de anilina Luganil Preto TSU – BASF pelo fungo Pleurotus sajor-caju. METODOLOGIA: Foram realizados testes de toxicidade e cinética de degradação do corante. Dois meios BDC (caldo-batata) distintos utilizando como fonte de carbono: dextrose (M1) e corante (M2). Estes meios foram utilizados para o cultivo do fungo sobre vermiculita para a perfeita oxigenação. Após 14 dias os sobrenadantes (S1 e S2) foram usados para avaliação de atividade enzimática sobre o corante a 1% e a 5% para elaboração da curva de degradação do corante medida por espectrofotometria a 520nm com intervalos de 24 horas. RESULTADOS E DISCUSSÃO: O nível de toxicidade foi de 1%, porém a formação de halo ocorreu apenas para concentrações máxima de 0,10%. O sobrenadante do meio suplementado com corante apresentou uma maior queda da absorbância, indicando uma maior degradação do corante, em função da maior secreção de enzimas fenoloxidases degradadoras durante o cultivo em meio líquido, resultado do estímulo provocado pela presença do corante no meio de cultura. Isto indica que a utilização de fungos basidiomicetos como Pleurotus sajor-caju ou de seu complexo enzimático representa uma alternativa viável de biorremediação de compostos aromáticos como corantes à base de anilina em efluentes. A sua aplicação em estações de tratamento de efluentes industriais ainda necessita de maiores estudos para que adequações relacionadas à temperatura, pH, disponibilidade de oxigênio e de nutrientes possa otimizar a produção e a atividade enzimática e consequentemente o processo de biorremediação.