Resumo

A formação de biofilme bacteriano em Linhas de Água de Unidades Dentárias (LAUD) representa um potencial risco de infecção para os pacientes, principalmente os comprometidos imunologicamente. A infecção cruzada pode ocorrer tanto pelo aerossol produzido durante o atendimento odontológico, como pela água contaminada por microrganismos patogênicos favorecendo a transmissibilidade para os pacientes atendidos na clinica. Dentre as inúmeras bactérias envolvidas nos estudos de biofilme, destaca-se a Pseudomonas aeruginosa, por ser considerada uma bactéria ubíqua e indicadora de contaminação por material orgânico frequentemente presente em superfícies de tubulações de água. Este trabalho teve por objetivo avaliar a presença e produção quantitativa de biofilmes bacterianos produzidos por Pseudomonas aeruginosa encontradas em LAUD. O universo desta pesquisa foi composto por 13 LAUD (Equipos) de um Centro de Especialidades Odontológicas (CEO) localizado em Caruaru-PE, avaliados no período de janeiro a novembro de 2012. As cepas de P. aeruginosa foram isoladas e identificadas pela técnica dos tubos múltiplos utilizando os meios asparagina e acetamida nas etapas presuntiva e confirmatória, respectivamente. A determinação do biofilme foi realizada por ensaio em placa de microtitulação e a Densidade Óptica (OD) determinada a 450/630nm. O controle negativo (OD controle) e todos os isolados foram testados em triplicata e classificados como: não produtor (OD isolado ≤ OD controle), fraco produtor (OD controle ≤ OD isolado ≤ 2OD), produtor moderado (2OD controle ≤ OD isolado ≤ 4OD controle) e forte produtor (OD isolado ≥ 4OD controle). 19 cepas de P. aeruginosa foram isoladas de amostras de água armazenada no reservatório e após a passagem na seringa tríplice das 13 LAUD analisadas. Das 19 cepas, 18(94,7%) foram formadoras de biofilme, sendo 1(5,26%) classificada como forte produtora, 2(10,5%) como produtoras moderadas e 15(78,9%) como fracas produtoras. A formação de biofilme nas LAUD aumenta o risco de contaminação cruzada, podendo as células permanecer viáveis mesmo após a limpeza e a desinfecção das superfícies, afetando a qualidade e a segurança dos procedimentos odontológicos.