Resumo

É crescente o interesse da indústria farmacêutica e da comunidade científica pelo uso terapêutico de plantas medicinais. Esse fato é justificado grandemente pelo número de agentes patogênicos resistentes a diferentes drogas que vem surgindo. O gênero Astronium (Anacardiaceae) é encontrado em diferentes habitats do Norte ao Sul do Brasil, como as áreas do Cerrado, florestas caatingas e floresta amazônica. Possui diversas espécies, dentre elas a A. fraxinifolium (Gonçalo-Alves), A. graveolens (guaritá) e A. urundeuva (aroeira-preta), que apresentam propriedades antitérmica, antidiarreica, anticarcinogênica e antimicrobiana, atribuídas aos componentes ligninas, flavonoides, triterpenos, entre outros. A determinação do potencial biológico das plantas se faz necessário e a etapa de conhecimento da atividade antimicrobiana é importante nessa determinação. Este estudo teve, portanto por objetivo, determinar o potencial antibacteriano de extratos hidroalcoólicos de A. fraxinifolium, A. graveolens e A. urundeuva pela técnica de diluição em microplacas frente às bactérias Escherichia coli (ATCC 25922), Staphylococcus aureus (ATCC 25923) e Salmonella setubal (ATCC 19196). Os extratos vegetais foram testados nas concentrações de 1000 a 7,81 µg/mL (diluição seriada) e como controle foi utilizado a ampicilina (5 µg/mL). Após incubação das microplacas a 37ºC durante 24 horas, foi realizada a leitura com o revelador resazurina (0,01%) para a determinação da concentração inibitória mínima (CIM). Destacam-se os resultados obtidos com o extrato da folha de A. graveolens e A. urundeuva frente ao S. aureus que apresentaram CIM de 250 e 125 µg/mL, respectivamente. Os demais extratos vegetais avaliados não apresentaram atividade antibacteriana. Estes resultados demonstram o potencial antibacteriano das espécies de A. graveolens e A. urundeuva que podem ser consideradas como promissores agentes antimicrobianos.