27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:249-1


Poster (Painel)
249-1Análise da composição ultra-estrutural e química do bagaço de cana pré-tratado com ácido sulfúrico associado a micro-ondas
Autores:Nunes, C.C.C (UNESP - Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho) ; Boscolo, M (UNESP - Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho) ; Da Silva, R. (UNESP - Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho) ; Gomes, E. (UNESP - Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho)

Resumo

Para que o etanol seja produzido a partir do bagaço de cana, as frações de celulose e hemicelulose deste material devem ser inicialmente despolimerizadas por hidrólise química ou enzimática, para a liberação de açúcares solúveis, os quais serão convertidos em etanol pelo micro-organismo fermentador. O maior entrave no uso do material lignocelulósico é a forte resistência à hidrólise química e/ou enzimática para a liberação dos açúcares. O presente trabalho tem como objetivo avaliar ultra-estruturalmente o efeito do pré-tratamento do bagaço com ácido sulfúrico à 0,05M em 100% de glicerol e submetido a micro-ondas por 2 minutos, na desestruturação da parede celular do bagaço. Após a aplicação de micro-ondas, 30mL de água destilada foram adicionados ao material; a mistura foi então homogeneizada e filtrada a vácuo. O filtrado foi utilizado para a determinação da quantidade de açúcares redutores e compostos fenólicos liberados. Após o pré-tratamento o bagaço foi fixado em solução de glutaraldeído a 2,5%; pós-fixado em tetróxido de ósmio a 1%; desidratado em séries crescentes de acetona; emblocado, cortado e analisado em microscópio eletrônico de transmissão. Como controle utilizamos o material não tratado. O solvente orgânico associado a um ácido proporcionou a liberação de 2,40mg de açúcares redutores por 1g de peso seco de bagaço. Essa mistura rendeu resultados ainda melhores quando analisados os compostos fenólicos liberados, 19,48mg de compostos fenólicos por 1g de peso seco de bagaço. Com a utilização de reagente ácido sobre as fibras do bagaço observaram-se em nível ultra-estrutural modificações na elétron-densidade, rupturas nas paredes celulares, floculação da lamela média e da parede secundária. Há também imagens que mostram o rompimento da lamela média. Notou-se, ora somente um desarranjo na parede secundária em torno da membrana de pontoação, ora rupturas desta parede. No caso da parede secundária, o ácido sulfúrico age sobre a hemicelulose presente nesta região fazendo com que a mesma torne-se mais frágil e por vezes sofra rupturas. Nossas análises ultraestruturais mostram que houve mudanças morfológicas importantes na parede celular do bagaço de cana pré-tratado com ácido sulfúrico, o que possivelmente contribui na liberação de açúcares fermentescíveis para a produção de etanol combustível.