27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:244-1


Poster (Painel)
244-1Microbiota da pele lesionada de indivíduos com Hanseníase revela baixa frequência de Actinobacteria
Autores:Silva, P.E.S (UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais) ; Lima, M.F.R (HP - Hermes Pardini) ; Suhadolnik, M.L.S (UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais) ; Salgado, A.P.C (UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais) ; Chartone-Souza, E. (UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais) ; Nascimento, A.M.A (UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais)

Resumo

O microbioma humano é reconhecido como “um órgão esquecido”. Atualmente, sabe-se que a microbiota representa um importante componente para detecção precoce e alvo para intervenção terapêutica em algumas doenças. A pele humana é o maior órgão multifuncional e complexo do corpo. Dentre as doenças que podem acometer a pele destaca-se a Hanseníase, que é uma doença infecciosa, granulomatosa, debilitante, mas tratável, causada por Mycobacterium leprae. Ocorre principalmente em países pobres de regiões temperadas e tropicais. No Brasil, 30.298 novos casos de Hanseníase foram notificados pelo Ministério da Saúde em 2011. Entretanto, há ausência de estudos sobre a microbiota da pele lesionada de indivíduos com Hanseníase. Nesta pesquisa investigou-se a microbiota presente em corte histológico de pele lesionada de indivíduo com Hanseníase lepromatosa virchowiana, usando clonagem e sequenciamento do gene de rRNA 16S. Foram obtidas 27 OTUs (operational taxonomic unity) apresentando diversidade moderada, pelo índice de Shannon. A análise filogenética revelou que as OTUs foram afiliadas a quatro filos: Proteobacteria (48%), Firmicutes (41%), Bacteriodetes (4%) e Actinobacteria (7%). Outros estudos sobre a microbiota da pele de indivíduos sadios revelam a predominância destes mesmos filos, embora com distribuição distinta. Destaca-se que o gênero Propioniobacterium (Actinobacteria), bactéria indígena da pele sadia, foi drasticamente reduzido na pele lesionada do indivíduo com Hanseníase. Este é o primeiro estudo da diversidade bacteriana da pele lesionada de indivíduo com Hanseníase, indicando mudança significativa na abundância dos filos predominantes da pele normal, bem como alteração na composição de táxons indígenos. Os dados obtidos podem ser essenciais para detectar diferenças da microbiota bacteriana associada a esta doença.