27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:234-1


Poster (Painel)
234-1Qualidade microbiológica e higiênico sanitária das águas de coco comercializadas por ambulantes na cidade do Rio de Janeiro
Autores:Pontual, I. O. (IFRJ - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do RJ) ; Moreira, R. P. (IFRJ - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do RJ) ; Garcia-Gomes (IFRJ - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do RJ)

Resumo

A comercialização de alimentos prontos para consumo tem sido intensamente difundida na sociedade atual, que busca por uma alimentação rápida e facilitada. Neste cenário, o comércio ambulante de alimentos vem crescendo e se diversificando nas cidades, sendo uma grande variedade de produtos comercializados em vias públicas. Apesar de ser uma ótima alternativa para o consumo imediatista da população, a higiene insatisfatória nos locais de preparo e dos manipuladores representam um risco à saúde pública. Atualmente, o consumo da água de coco in natura, vem aumentando em torno de 20% ao ano, porém o contato com o ambiente, utensílios, equipamentos e manipuladores sem devida higienização podem torná-la imprópria para consumo. Desta forma, o presente trabalho teve por objetivo avaliar a qualidade microbiológica e higiênico-sanitária das águas de coco comercializadas por ambulantes na cidade do Rio de Janeiro. Para tal, foram analisadas 38 amostras envasadas no ponto de venda, sendo realizados testes microbiológicos para a detecção de Salmonella sp., quantificação de coliformes termotolerantes e confirmação da presença de Escherichia coli, como recomendado em legislação vigente (RDC, n0 12/2001 - ANVISA), utilizando metodologias analítica especificada na IN n0 62/2003 do MAPA. Os resultados encontrados demonstram que 16% das amostras analisadas apresentaram padrões microbiológicos para coliformes termotolerantes inaceitáveis, das quais 5 amostras possuíam valores 11 vezes maiores que o limite preconizado, além de ter sido constatado presença de E. coli em 1 das amostras, indicando a contaminação fecal do produto. Durante o cultivo da amostra em meios seletivos e diferenciais para pesquisa de Salmonella sp., 95% apresentou colônias típicas, porém, apenas em 25% das amostras foi confirmada, por provas bioquímicas. Tais resultados apontam para uma contaminação indesejável, não respeitando os parâmetros estabelecidos pela legislação brasileira. A venda de água de coco precisa ser exercida por pessoas adequadamente treinadas em boas práticas de manipulação, objetivando evitar surtos de doenças de origem alimentar. Como perspectivas serão realizadas abordagenss moleculares para identificação das espécies encontradas e pesquisa de fatores de virulência, avaliando assim o real risco associado aos patógenos encontrados.