27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:232-1


Poster (Painel)
232-1Utilização de penas de frango hidrolisadas por micro-organismo queratinolítico no melhoramento nutricional farinha de milho extrusada
Autores:Mazotto, A.M (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; Ascheri, J.L.R. (EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) ; Damaso, M.C.T (EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa AgropecuáriaEMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) ; Godoy, R. (EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) ; Couri, S. (IFRJ - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia) ; Vermelho, A.B. (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro)

Resumo

A indústria avícola brasileira descarta aproximadamente 900 mil de toneladas de penas por ano. O aproveitamento destas penas é feito de forma limitada. Penas são constituídas basicamente por queratina (80-90%), uma proteína insolúvel caracterizada pelo alto teor de pontes dissulfeto, o que confere a proteína estabilidade mecânica e resistência à lise por enzimas proteolíticas pouco específicas. A queratina das penas pode ser usada como fonte de proteína na alimentação animal. Uma alternativa para a utilização destas penas é através do tratamento com queratinases microbianas para aumentar a disponibilidade de aminoácidos da queratina. Este trabalho propõe o uso de hidrolisados de penas obtidos por hidrólise microbiana como suplemento proteico em alimentos de milho extrusados. O hidrolisado de penas foi produzido através de fermentação utilizando o microrganismo queratinolítico Bacillus subtilis AMR. Para aumentar a atividade queratinolítica, variáveis como a adição de extrato de levedura e o pH do meio foram testados. A adição de uma concentração mínima de extrato de levedura (0,01%) duplicou a atividade queratinolítica. Uma faixa de pH de 5 a 9 foi testada, e observou-se que o pH 8 foi a melhor condição para a atividade enzimática e produção de proteínas solúveis. O meio de penas fermentadas apresentou peptídeos de baixa massa molecular entre 816 a 2595 Da detectados por MALDI-TOF. O hidrolisado de penas foi adicionado à farinha de milho na concentração de 26% e submetidos à extrusão objetivando melhorar o valor nutricional de extrusados de milho. A mistura foi submetida à extrusão em extrusor de um parafuso com taxa de compressão de 3:1. As propriedades físico químicas dos extrusados obtidos mostraram que a adição de hidrolisados de penas aumentou o conteúdo de cinzas e nitrogênio. Todos os aminoácidos investigados foram detectados no extrusado de milho enriquecido com hidrolisado de penas. O extrusado apresentou alta concentração de ácido glutâmico, prolina, alanina e leucina. Os resultados obtidos sugerem que hidrolisados de penas podem ser utilizados como ingrediente em formulação de rações.