27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:222-1


Poster (Painel)
222-1Caracterização da produção de enterotoxinas in vitro por Staphylococcus aureus, isolados de leite humano
Autores:Zanutto, MR (UNESP- IB - Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho- IB) ; Silva, B.L. (UNESP- IB - Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho- IB) ; Castilho, I.G. (UNESP- IB - Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho- IB) ; Budri, P.E. (UNESP- IB - Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho- IB) ; Bonsaglia, E.C.R. (UNESP- IB - Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho- IB) ; Fekete, S.M.W. (UNESP- FMB - Faculdade de Medicina- UNESP de Botucatu) ; Rall, V.L.M. (UNESP- IB - Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho- IB)

Resumo

Os Bancos de Leite Humano são capazes de oferecer uma nutrição adequada a recém-nascidos que não puderam receber o aleitamento materno. Essas crianças normalmente são prematuras e mais vulneráveis à infecções. Os Staphylococcus aureus produzem enterotoxinas resistentes à pasteurização, responsáveis por intoxicações no homem. Assim, a qualidade do leite humano é imprescindível e depende das condições higiênico-sanitárias adotadas desde a coleta até a distribuição. O presente estudo avaliou a produção de enterotoxinas in vitro por S. aureus, isolados de leite humano. As amostras foram obtidas de um Banco de Leite Humano de um hospital, na cidade de Botucatu, SP e foram semeadas em ágar Baird Parker, incubados a 35ºC/48 h. As cepas características foram coradas por Gram e os cocos Gram positivos,arranjados em forma de cacho de uva foram submetidos aos testes de catalase, coagulase, DNase, API Spahi, Dry Spot e β galactosidase. As cepas de S. aureus foram cultivadas em caldo BHI, com incubação a 35ºC/24 horas e transferidas para placas de ágar BHI, acrescido de 1% de extrato de levedura, com um papel celofane esterilizado na sua superfície, incubadas sob a mesma temperatura. A seguir, uma alíquota de 2,5 ml de Na2HPO4 0,01M foi adicionada à superfície e esse volume foi espraiado por toda a área. O homogeneizado foi transferido para um tubo de microcentrífuga e centrifugado a 10.000 rpm/10min/4°C. Os sobrenadantes obtidos foram testados frente às toxinas A, B, C e D, pelo método RPLA. Das 17 cepas de S. aureus isoladas de leite cru, 8 (47,1%) produziram a toxina SED, sendo que uma dessas cepas também foi produtora de SEA (sendo SED/SEA) e outra, apresentou também a produção de SEC (sendo SED/SEC). Além disso, mais duas cepas produziram somente SEA, no total de 3 (17,6%). Entre as 2 cepas isoladas de leite pasteurizado, 1 (50%) produziu a enterotoxina D. SEB não foi observada. Esses resultados mostram a importância de análises microbiológicas obrigatórias antes da pasteurização e não depois, o que acontece atualmente. Pois a presença de S. aureus, produtores de enterotoxinas no leite cru, podem levar à intoxicação no recém-nascido, uma vez que a pasteurização mata as bactérias, mas não degrada a enterotoxina e as análises microbiológicas realizadas após o processo térmico não acusam mais a presença do micro-organismo e o leite, inadvertidamente, é considerado próprio ao consumo. Apoio: FAPESP (2012/06865-0)