Resumo

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) as Doenças Transmitidas por Alimentos e as enteroparasitoses são um problema crescente de saúde pública em todo o mundo. De 2000 a 2011 foram notificados 8.663 surtos de DTAs pela Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), afetando 163.425 pessoas e 112 óbitos no Brasil. Vários estudos demonstram que a qualidade da comida consumida fora de casa diminuiu, nos quais são encontrados micro-organismos e parasitas, principalmente em amostras de alimentos crus. Tendo em vista este problema mundial, o objetivo deste trabalho foi avaliar a qualidade microbiológica e parasitológica de alimentos servidos às crianças de uma cidade da região de São José do Rio Preto – SP. Foram analisadas 12 amostras de alimentos (arroz, feijão, linguiça calabresa e alface), sendo 4 da cozinha piloto, 4 da creche I e 4 da creche D, estas foram coletadas no dia 12 de março de 2013 e de maneira estéril . Para análise microbiológica foram pesquisados os micro-organismos: Coliformes totais e termotolerantes, Escherichia coli, Staphylococcus coagulase positiva, Bacillus cereus, Clostrídios sulfito redutores e Salmonella spp. Para os testes parasitológicos foi investigada a presença dos parasitas: Entamoeba coli, Entamoeba hystolítica, Giardia lamblia, Ascaris lumbricoides e Taenia sp. Não foi encontrada presença de parasitas intestinais em 100% das amostras analisadas. Para Escherichia coli 8,3% das amostras estavam fora dos padrões, onde sua contagem de coliforme termotolerante foi de 3,6 NMP/g. Para coliformes totais não há padrões estabelecidos pela legislação, mas suas contagens variaram de <3,0 a >1.100 NMP/g. Houve contagem de Staphylococcus spp em 66,7% das amostras, mas 100% apresentaram teste de coagulase negativa estando assim dentro dos padrões estabelecidos. Nas análises de Clostrídios sulfito-redutores, Salmonella spp e Bacillus cereus, todas as amostras (100%) estavam dentro dos padrões, sendo que 8,3% de B. cereus apresentou contagem de 2x10² UFC/g. Esses resultados demonstram que os alimentos estão sendo preparados de maneira inadequada, sendo impróprias para consumo. Conclui-se que há a necessidade de mudanças nas questões higiênico-sanitárias para o preparo dos alimentos, melhorando sua qualidade e evitando a transmissão de doenças (DTAs).