27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:215-1


Poster (Painel)
215-1PERFIL DE SENSIBILIDADE E RESISTÊNCIA DE BACTÉRIAS ISOLADAS EM SUPERFÍCIES DE UMA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Autores:ROCHA, I.V. (ASCES - Faculdade ASCES) ; FERRAZ, P.M. (ASCES - Faculdade ASCES) ; OLIVEIRA, S.R. (ASCES - Faculdade ASCES)

Resumo

Infecções nosocomiais (IN) são responsáveis por milhares de mortes anualmente e no Brasil crescem tanto em incidência quanto em complexidade. Em Unidades de Terapia Intensiva (UTI), bactérias em superfícies inanimadas são comuns, tornando-as reservatórios desses microrganismos e possibilitando a colonização e infecção de pacientes, dificultando o prognóstico e favorecendo surtos de IN. Devido aos relatos de infecção cruzada e à escassez de dados sobre o perfil de resistência desses microrganismos no Nordeste, esse estudo teve como objetivo avaliar a sensibilidade das bactérias isoladas de superfícies próximas aos pacientes da UTI de um hospital da cidade de Caruaru/Pernambuco. Foram selecionadas 6 superfícies de cada um dos 9 leitos existentes na UTI, resultando em 54 superfícies. As amostras foram obtidas através de swabs umedecidos em Caldo Tryptic Soy Broth, semeados posteriormente em Ágar Sangue de Carneiro e MacConkey. A identificação fenotípica ocorreu com base na morfologia das cepas e resultados de testes bioquímicos. Os resultados mostraram que 94,4% das superfícies analisadas apresentaram-se colonizadas. 19,6% dos isolados corresponderam a Staphylococcus aureus, sendo 36,3% destes resistentes à oxacilina, média menor à obtida em estudos nacionais, cuja taxa chegou a 60%. 12,5% corresponderam a Staphylococcus coagulase negativa e Staphylococcus saprophyticus, onde 54,1% e 71,4% de S. coagulase negativa mostraram resistência à clindamicina e eritromicina respectivamente, resultados inferiores a outros estudos anteriores em relação à clindamicina, porém houve maiores achados em relação à eritromicina. 85,7% de S. saprophyticus mostrou resistência à oxacilina e 71,4% à clindamicina e eritromicina. 5,3% corresponderam a Enterococcus sp., dos quais nenhum apresentou resistência à vancomicina, diferente de estudos realizados em 2010, onde 28,5% dessas apresentaram resistência ao antibiótico. 17,8% corresponderam a Pseudomonas sp., onde 90% mostrou-se sensível à maioria dos antibióticos testados, diferindo de estudos anteriores, onde apresentaram resistência à gentamicina e carbapenêmicos. 28,5% corresponderam a Acinetobacter sp. e 75% destes mostraram-se resistentes à piperacilina associada à tazobactam, meropenem e levofloxacina, resultados próximos a estudos anteriormente abordados. As superfícies demonstraram ser potenciais reservatórios e possíveis transmissoras de cepas multirresistentes comumente associadas a infecções em ambientes hospitalares.