27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:196-1


Poster (Painel)
196-1Caracterização enzimática de uma protease produzida por um clone metagenômico de sedimento de manguezal da Baía de Camamu-BA
Autores:Pessoa, T. B. A (UEFS - Universidade Estadual de Feira de Santana) ; Dotivo, N. C. (UESC - Universidade Estadual de Santa Cruz) ; Gonçalves, A. C. S (UESC - Universidade Estadual de Santa Cruz) ; Pirovani, C. P. (UESC - Universidade Estadual de Santa Cruz) ; Rezende, R. P. (UESC - Universidade Estadual de Santa Cruz) ; Dias, J. C. T. (UESC - Universidade Estadual de Santa Cruz)

Resumo

As proteases tem uma grande variedade de aplicações, principalmente nas indústrias de detergentes e alimentos, sendo usadas no tratamento do couro e em vários processos de biorremediação. Tendo em vista ampla aplicabilidade das proteases, foi isolada uma protease produzida por um clone metagenômico de sedimento de manguezal e esta foi caracterizada quanto às melhores condições de produção da mesma. Para tanto, foi feito o crescimento do clone em diferentes substrato por 5 dias, a cada dia uma alíquota era submetido a reação de Bradford para estabelecer o melhor substrato e melhor tempo de produção. Após estabelecidas as condições de crescimento, foi feita purificação parcial por sulfato de amônio seguido de diálise com tampão Tris-HCl 20 mM pH 8, por 12 h. A enzima foi então submetida a uma variação de temperatura e pH e testada sua atividade frente ao substrato cromogênico BApNA (Nα-benzoil-DL-arginina-ρ-nitroanilida) 1,2 mmol.L-1 e mediu-se o incremento de absorbância decorrente da liberação de -nitroanilina a partir da hidrólise do substrato. A absorbância a 410 nm das reações foram monitorada, por 4 horas, em espectrofotômetro de microplacas, em intervalos de leitura de 15 minutos, com acompanhamento pelo software SortMax Pro 4.8. O cultivo no meio suplementado com albumina resultou em maior produção de protease, no período de 48 h. Para os efeitos da temperatura e pH foi observada atividade máxima em pH 7,0 e no pH 6,0; 8,0 e 9,0 acima de 90 %. Este comportamento é encontrado em proteases alcalina e neutra, sendo esta última importante na indústria de alimento. A temperatura ótima foi de 50 °C, sendo que em 45 °C e 55 °C a enzima apresentou 80 % de atividade máxima. Em relação à estabilidade térmica, menos de 30 % da atividade foi mantida depois da pré-incubação nas temperaturas 60 °C, 65 °C e 70 °C. Ao passo que a completa inativação foi observada depois de 50 minutos a 70 °C. A atividade enzimática manteve-se estável em torno de 85 % nas temperaturas de 45 °C e 50 °C. Conclui-se que a enzima possui moderada termotolerância e termoestabilidade. Os resultados sugerem que esta protease poderá ser utilizada em aplicações envolvendo hidrólise de proteínas em temperatura moderadas, característica que vem sustentar o interesse pelo desenvolvimento em processos industriais com menor gasto energético.