27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:176-1


Poster (Painel)
176-1POTENCIAL BIOTECNOLÓGICO DE Mucor ramosissimus NA PRODUÇÃO DE BIOSSURFACTANTE UTILIZANDO RESÍDUOS AGROINDUSTRIAIS
Autores:Marques, N.S.A.A. (UNICAP - Universidade Católica de Pernambuco) ; Souza, P.M. (UNICAP - Universidade Católica de Pernambuco) ; Freitas Silva, M.C. (UFRR - Universidade Federal de Roraima) ; Almeida, F.C.G. (UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas) ; Silva, G.K.B. (UFPE - Universidade Federal de Pernambuco) ; Campos-Takaki, G.M. (UNICAP - Universidade Católica de Pernambuco) ; Okada, K. (UNICAP - Universidade Católica de Pernambuco)

Resumo

A grande maioria dos surfactantes disponíveis comercialmente são sintetizados a partir de derivados de petróleo. Entretanto, o crescimento da preocupação ambiental entre os consumidores, combinado com novas legislações de controle do meio ambiente levaram à procura por surfactantes naturais como alternativa aos produtos existentes. Os compostos de origem microbiana que exibem propriedades surfactantes, isto é, diminuem a tensão superficial e possuem alta capacidade emulsificante, são denominados biossurfactantes e consistem em subprodutos metabólicos de bactérias, fungos e leveduras. Este trabalho tem por objetivo a produção de biossurfactante por Mucor ramosissimus utilizando milhocina (resíduo da indústria do beneficiamento do milho) e óleo de milho pós-fritura, segundo o planejamento fatorial do tipo - Delineamento Composto Central Rotacional (DCCR 22), tendo como variável resposta a redução da tensão superficial. Alíquotas (1mL) da suspensão de esporos contendo 107 esporangiósporos/mL foram inoculadas nos Erlenmeyers e as amostras foram agitada por 96 horas, 150 rpm, à 28°C. A tensão superficial do líquido metabólico livre de células foi determinado utilizando tensiômetro semi-automático, utilizando-se o anel de DU NUOY. Para determinar o índice de emulsificação, foram adicionados 2,0 mL do liquido metabólico livre de células e 1,0 mL do óleo do motor, óleo de motor queimado, óleo diesel, óleo de soja, óleo de algodão e óleo de canola agitados em vórtex durante 2 minutos e deixados em repouso por 24 horas. Os resultados demonstraram redução da tensão superficial de 70 mN/m para 34 mN/m, na condição (8% de milhocina e 5% de óleo de milho pós-fritura), e apresentou índice de emulsificação de 100% para óleo queimado de motor. O liquido metabólico, livre de células, contendo o biossurfactante produzido pelo fungo foi submetido aos estudos de: estabilidade térmica, salinidade e pH, frente a tensão superficial e índice de emulsificação. O biossurfactante apresentou-se estável como agente de superfície sob condições extremas de pH, temperatura e após adições de elevadas concentrações de cloreto de sódio, podendo também ser utilizado como emulsificantes de hidrocarbonetos específicos. Estes resultados apontam para o uso de resíduos agroindustriais, como a milhocina e o óleo de milho pós-fritura, como substratos para produção de biossurfactante pelo fungo Mucor ramosissimus.