27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:155-1


Poster (Painel)
155-1MONITORAMENTO DA MICROBIOTA SÉSSIL E PLANCTÔNICA PRESENTES EM SISTEMAS DE ÁGUAS DE RESFRIAMENTO DE REFINARIA DE PETRÓLEO NO BRASIL
Autores:MENDONÇA, R. S. (UNIBH - Centro Universitário de Belo HorizonteUFMG - Universidade Federal de Minas Gerais) ; ALVES, A. L. (UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais) ; SANTIAGO, V.M.J. (PETROBRÁS - Petróleo Brasileiro S.A.) ; VEIGA, A. A. (PETROBRÁS - Petróleo Brasileiro S.A.) ; SANTOS, V.L.1 (UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais)

Resumo

O processo de refino do petróleo visa reduzir a relação entre o volume de água utilizada por volume de petróleo processado. Por isso, medidas que venham a reduzir o consumo de água, como o reúso de águas residuárias nesse sistema constituem estratégias ambientais e economicamente eficazes. Na refinaria de petróleo, as águas que alimentam as torres de resfriamento são tratadas por métodos físicos, químicos, seguidos de desinfecção, que visa à destruição de microrganismos e inibição da formação de biofilmes em superfícies metálicas, as quais podem comprometer a eficiência de trocadores de calor, além de aumentarem os riscos de biocorrosão. A fim de avaliar o controle microbiológico desse sistema na refinaria propôs-se monitorar a microbiota séssil e planctônica associadas. No estudo, lâminas de vidro, cupons de aço inoxidável e de aço carbono foram inseridos nas bacias de duas torres: a Torre A (tratada por Eletrodiálise, cloro residual livre em 0,5 mg/L, cloraminas entre 1,0 e 1,5 mg/L), alimentada com água de reuso tratada; e Torre B (tratada em ETA com cloro de 0,5 à 1,0 mg/L), alimentada com água clarificada, clorada e filtrada Os corpos de prova (lâminas e cupons) foram removidos após intervalo de sete dias para quantificar bactérias heterotróficas totais (BHT/cm2) e Pseudomonas aeruginosa (UFC/cm2) no período de janeiro a abril de 2013. Os biofilmes foram removidos das superfícies dos corpos de prova em banho de ultrassom e 100 µL das suspensões diluídas serialmente (100 a 10-3) foram plaqueadas em meio PCA (Plate Count Agar) e AC (Cetrimide Agar). Observou-se que os cupons de aço inox tiveram maior adesão de BHT seguidos pelas lâminas e cupons de aço carbono na torre A; enquanto para a torre B, as lâminas se mostraram mais favoráveis à formação de biofilmes, seguidas pelos cupons de aço inox e aço carbono. Os cupons de aço inox também foram avaliados quanto à biomassa aderida utilizando o KIT da HydroBio, que resultou em valores iguais a 5 g/m2 para as duas torres, indicando assim, baixa quantidade de biomassa e ausência de formação de biofilme. Também, foram coletadas, semanalmente, amostras de água das bacias das torres, bem como das estações de tratamento da água que abastecem as mesmas e avaliação quanto à densidade de BHT e P. aeruginosa. Nessas amostras, a densidade de BHT foi menor que 104 UFC/mL, valor de referência indicativo de eficiência do método de desinfecção, sugerindo que as estratégias de tratamento de água utilizadas foram eficazes.