Resumo

Introdução: Nas últimas décadas tem se visto um grande aumento de publicações evidenciando o valor preditivo dos testes fenotípicos, com a categorização dos patógenos como sensíveis ou resistentes a determinados antimicrobianos e evidenciando seu mecanismo de resistência. A maioria dessas publicações é baseada em estudos retrospectivos ou observações clínicas e estudos epidemiológicos de pacientes tratados com terapias apropriadas ou inapropriadas que apresentam muitas vezes resultados insatisfatórios, contribuindo para o aumento da morbidade, principalmente no ambiente hospitalar. Materiais e Métodos: Trata-se de um estudo de revisão, de caráter bibliográfico, descritivo e exploratório de caráter documental. Discussão dos Resultados: Infecções devido à patógenos específicos como os bacilos Gram negativos (BGN) produtores de Betalactamases de espectro estendido (ESBL) produzido por EnterobacteriaceaeEnterobacteriaceae e Pseudomonas aeruginosaPseudomonas aeruginosa todos respondem melhor a terapia apropriada do que os antibióticos inapropriados. E devido ao aumento da diversidade de mecanismos de resistência antimicrobiana de modo global, a realização de testes fenotípicos padronizados ou não pelo Clinical and Laboratory Standards Institute (CLSI) se faz cada vez mais necessário nas práticas laboratoriais. As informações de falhas terapêuticas principalmente envolvendo as cefalosporinas sejam pela produção de enzima ESBL, ou por um alta concentração inibitória mínima (MIC) ou ainda por hiperprodução de uma enzima induzível AMPc, durante o tratamento com antibiótico, tem sido associada com maior tempo de hospitalização, custos mais elevados e aumento da mortalidade após o ajuste para outros fatores de risco. Esses dados ressaltam a importância de estudos epidemiológicos bem construídos para determinar a prevalência da resistência antimicrobiana na prática clínica e de um lugar central de testes de susceptibilidade em laboratório para ditar a terapia antimicrobiana apropriada e assim aperfeiçoar os resultados dos pacientes. Conclusão: O conhecimento teórico-prático das identificações fenotípicas de mecanismos de resistência bacterianos devem ser instaurado nas práticas laboratoriais e integrado na prática clínica e monitoramentos constantes da resistência antimicrobiana e estudos epidemiológicos são necessários para a manutenção da melhor opção de tratamento dos pacientes com infecções diversas.