27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:149-1


Poster (Painel)
149-1AVALIAÇÃO BACTERIOLÓGICA DE FERIDAS CUTÂNEAS EXPERIMENTAIS EM CÃES TRATADAS COM CURATIVO DE PELE DE RÃ CONSERVADA EM GLICERINA A 99,5%
Autores:Leite, A.R.A. (UFCG - Universidade Federal de Campina Grande) ; Macêdo, M.M.S (UFCG - Universidade Federal de Campina Grande) ; Neto, P.I.N (UFCG - Universidade Federal de Campina Grande) ; Matos, R.A.T. (UFCG - Universidade Federal de Campina Grande) ; Silva, L.C.A. (UFCG - Universidade Federal de Campina Grande) ; Junior, F.G. (UFCG - Universidade Federal de Campina Grande) ; Pessoa D. A.N. (UFCG - Universidade Federal de Campina Grande)

Resumo

Membranas biológicas têm sido utilizadas como forma alternativa para o tratamento local de feridas cutâneas por possuírem propriedades antibacterianas e analgésicas, prevenirem a infecção, propiciarem uma barreira à invasão de microorganismos, protegerem mecanicamente a ferida, acelerarem a formação de tecido de granulação e estimularem a neovascularização local. Variados tecidos biológicos de origem animal têm sido empregados, dentre eles os constituídos por pele de Rana catesbeiana. Objetivou-se com este estudo avaliar o crescimento microbiano em feridas tratadas com curativo biológico oclusivo de pele de Rana catesbeiana conservada em glicerina a 99,5%. Foram utilizados seis cães adultos, sem raça definida, de ambos os sexos, produzindo em cada animal duas lesões nas regiões toracodorsais, empregando-se no lado direito pele de Rana catesbeiana preservada em solução de glicerina a 99,5% (Grupo Tratamento) e no lado esquerdo gaze umedecida com NaCl 0,9% (Grupo Controle). Realizaram-se coletas por meio de swabs estéreis em contato com o leito da ferida, a cada 48 horas, durante 22 dias, durante a troca do curativo e também foram coletados fragmentos de pele de Rana catesbeiana antes de estes serem utilizados no leito da ferida, para a avaliação bacteriológica. As amostras foram semeadas em ágar sangue ovino 8% e em ágar EMB e incubados em aerobiose a 37º C, sendo realizadas leituras 24 e 48 horas após. As bactérias foram classificadas preliminarmente através das características morfotintoriais pela coloração de Gram. Não houve crescimento bacteriano ou fúngico nas amostras de pele conservadas em glicerina a 99,5%, comprovando a praticidade e a eficácia da glicerina, quando utilizada como meio conservante de membranas biológicas. Diferentes gêneros de bactérias foram isolados ao longo do período de avaliação, tendo-se obtido uma frequência relativa bacteriana de Staphylococcus spp. (66,10%, Streptococcus spp. (15,25%, Enterobacteriaceae spp. (10,17%) e Corynebacterium spp. (8,48%. Não houve diferença significativa em relação ao crescimento bacteriano entre grupos e entre períodos, concluindo-se que apesar de o curativo biológico funcionar como uma barreira contra a penetração de microrganismos externos em direção à ferida, este não diferiu quando comparado ao curativo com gaze umedecida em NaCl 0,9%.