27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:115-1


Poster (Painel)
115-1Identificação e perfil de susceptibilidade aos antimicrobianos em isolados clínicos de Delftia acidovorans
Autores:Camargo, C.H. (IAL - Instituto Adolfo Lutz) ; Ferreira, A.M. (HAC - Hospital Amaral CarvalhoFMB/UNESP - Faculdade de Medicina de Botucatu, UNESP) ; Silva, S.R.S. (IAL - Instituto Adolfo Lutz) ; Reis, B.A. (HAC - Hospital Amaral Carvalho) ; Pollini Jr, S (HAC - Hospital Amaral Carvalho) ; Javaroni, E. (HAC - Hospital Amaral Carvalho) ; Garcia, D.O. (IAL - Instituto Adolfo Lutz)

Resumo

Delftia acidovorans é um bacilo Gram-negativo não fermentador oportunista e associado a relatos esporádicos de infecções. A epidemiologia das infecções por D. acidovorans ainda não está bem elucidada, assim como seu perfil de sensibilidade aos antimicrobianos. Sua identificação é muitas vezes difícil e até mesmo negligenciada. O objetivo deste trabalho foi caracterizar cepas de D. acidovorans isoladas de pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva de um hospital de referência do interior do Estado de São Paulo, entre 2012 e 2013. Os isolados foram recuperados de cultura de secreção traqueal em quantidade superior a um milhão de UFC/mL e identificados por provas bioquímicas tradicionais, Vitek 2, API 20NE e/ou MALDI-TOF MS (Bruker Biotyper). A concentração inibitória mínima foi determinada por E-test, para os seguintes antimicrobianos: amicacina (AK), gentamicina (GM), tobramicina (TM), polimixina B (PO), cefotaxima (CTX), cefepime (PM), ceftazidima (TZ), imipenem (IP), sulfametoxazol/trimetoprim (TS), ciprofloxacina (CI) e levofloxacina (LE). A leitura e interpretação foram realizadas de acordo com o CLSI, 2013. Foram analisados 16 isolados de D. acidovorans, de 15 pacientes diferentes. As taxas de resistência aos antimicrobianos foram de 88% (14/16) para polimixina B (2 intermediários); 94% (15/16) para amicacina, gentamicina e tobramicina; 81% (13/16) para ciprofloxacina; 63% (10/16) para sulfametoxazol/trimetoprim; não houve resistência para as demais drogas. Os padrões de resistência observados foram AK, GM, TM, PO, TS, CI (9 isolados), AK, GM, TM, PO, CI (2 isolados), AK, GM, TM, TS, CI (1 isolado), AK, GM, TM, PO (2 isolados), AK, GM, TM, CI (1 isolado) e PO (1 isolado). Nenhuma amostra apresentou sensibilidade à polimixina B, um marcador de resistência para esta espécie; os beta-lactâmicos, por outro lado, apresentaram grande atividade frente às amostras. Ambas as metodologias tradicional e automatizada foram capazes de identificar corretamente este agente, entretanto, a utilização de MALDI-TOF MS tem a vantagem de agilizar esta etapa. A continuidade do estudo destes isolados com caracterização mais pormenorizada poderá contribuir para elucidação da epidemiologia hospitalar deste patógeno oportunista com potencial multirresistência aos antimicrobianos.