27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:57-1


Poster (Painel)
57-1BIOFILME E SERINA PROTEASES AUTOTRANSPORTADORAS DE ENTEROBACTÉRIAS EM Escherichia coli ENTEROAGREGATIVAS DE PORTADORES DE RETOCOLITE ULCERATIVA
Autores:Watanabe, E. M. (UNESP/IBB/DMI - Dept. Microbiol. Imunol. IBB/UNESP) ; Keller, R. K. (UNESP/IBB/DMI - Dept. Microbiol. Imunol. IBB/UNESP) ; Hernandes, R. T. (UNESP/IBB/DMI - Dept. Microbiol. Imunol. IBB/UNESP) ; Rodrigues, J. (UNESP/IBB/DMI - Dept. Microbiol. Imunol. IBB/UNESP)

Resumo

A retocolite ulcerativa (RU) é uma patologia que se apresenta como lesões superficiais e difusas no cólon intestinal, resultantes de intensas reações inflamatórias, provocadas por um sistema imune defectivo. Ao lado da doença de Crohn (DC), a RU compõe as doenças inflamatórias intestinais (DII), assim chamadas de forma genérica por não apresentarem uma causa única, tendo porém papel significativo da microbiota intestinal. Portadores de DII apresentam um número elevado de Escherichia coli enteroagregativas (EAEC), um grupo bastante heterogêneo em termos de virulência, incluindo desde linhagens inócuas à tipicamente patogênicas. Entre outras propriedades, EAEC patogênicas são capazes de produzir biofilmes e de produzir citotoxinas da família das serina proteases autotrasportadoras de Enterobactérias (SPATE). O objetivo deste trabalho foi avaliar a presença de genes para SPATE e a produção de biofilme em uma coleção de E. coli isoladas de pacientes com DII e controles, formada por 50 amostras expressando o padrão de adesão agregativo (AA) e 66 não aderentes (NA) a células Hep-2. Estas bactérias foram originalmente isoladas de fezes e biópsias de mucosa de diferentes segmentos intestinais de 27 portadores de RU (49 amostras), 17 de portadores de DC (27 amostras) e 21 de indivíduos controles (40 amostras). A pesquisa de SPATE, realizada através de PCR, empregou primers universais e individuais para os seguintes genes: sigA, vat, sat, pic, pet, tsh, espC, eatA, espP e sepA. A produção de biofilme foi avaliada pelo método de Avelino et al. [intl. J. Med. Microbiol., 2010 (300):440-8]. Nenhuma das amostras bacterianas foi positiva para os genes sigA, eatA, espP e sepA , mas pelo menos um dos demais genes foi encontrado tanto em amostras de controles como de portadores de DII, AA ou NA. Não houve diferença estatisticamente significativa (teste χ2) na prevalência de amostras positivas, AA ou NA, para estes genes, na comparação entre os grupos analisados (DC, RU e controles), exceto com relação à menor proporção de amostras NA, SPATE+ de portadores de RU (26%), em comparação com NA SPATE+ de controles (60%). Também, não se observou diferenças na prevalência de amostras produtoras de biofilmes na comparação entre os grupos. Todavia, na comparação de amostras NA com AA, de um mesmo grupo de pacientes, observou-se que AA de portadores de RU apresentam uma maior proporção de amostras portadoras de SPATE (56%x26%, p=0,021) e capazes de produzir biofilme (50%x16%, p=0,011) em relação a amostras NA do mesmo grupo. Além disto, as mostras AA de portadores de RU produziram maior quantidade de biofilmes. Estes resultados podem indicar possível contribuição dos marcadores aqui investigados para a virulência de EAEC em pacientes com RU.