27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:54-1


Poster (Painel)
54-1Frequência de Mecanismos Enzimáticos de Resistência aos beta-lactâmicos em Enterobacteriaceae isoladas no Rio Grande do Norte
Autores:Costa, M.E.S.M (UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte) ; Costa, F.J.M.D (UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte) ; Ansaldi, M.A.J (UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte) ; Medeiros, R.C (LACEN-RN - Laboratório Central Dr. Almino Fernandes) ; Freire, J.C.O (LACEN-RN - Laboratório Central Dr. Almino Fernandes) ; Motta, R.N (UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte)

Resumo

Introdução: Membros da Família Enterobacteriaceae expressam beta-lactamases que conferem resistência às penicilinas. Porém, a partir da década de 80, começaram a surgir novas enzimas capazes de degradar os novo beta-lactâmicos implementados no mercado, como as cefalosporinas e os carbapenêmicos. Fenotipicamente, as beta-lactamases podem ser divididas em classes A, B, C e D (classificação de Ambler), cada uma com um perfil de resistência diferente. O seu surgimento tornou-se um problema de saúde pública e sua rápida disseminação e o aparecimento de novas variantes é alarmante. Materiais e Métodos: Foram incluídas no estudo cepas bacterianas pertencentes à Família Enterobacteriaceae isoladas em três centros de saúde do estado do Rio Grande do Norte no período de Janeiro de 2012 a Junho de 2013 previamente identificadas. Os testes de sensibilidade aos antimicrobianos (método de Kirby-Bauer) foram realizados no Laboratório de Micobactérias para a triagem de cepas produtoras de AmpC, ESBL, Metallo-beta-lactamases (MBL) e KPC. A detecção de AmpC foi feita com a aproximação de discos de Imipenem e Ceftazidima. A identificação de ESBL foi feita pela disco aproximação, um disco central de Amoxacilina + Ácido Clavulânico e distante 25 mm dele são dispostos disco de Ceftazidima, Cefepime, Aztreonam e Cefotaxima. Para a identificação de MBL, foi usado um disco de Imipenem e outro disco de Imipenem + EDTA a 0,1M. E para a identificação de KPC, foi feito o teste de Hodge modificado. Discussão dos Resultados: Foram identificadas 168 bactérias, sendo 70 (41,7%) caracterizadas como produtoras de mecanismos enzimáticos de resistências à beta-lactâmicos. Dessas, 36 (51,4%) produzem apenas ESBL, 6 (8,6%) produzem apenas AmpC, 14 (20%) produzem ESBL + AmpC, 3 (4,3%) produzem KPC. Onze bactérias apresentaram resultados inconclusivos. Conclusão: Esses resultados corroboram com a literatura, onde mostra maior prevalência na produção de ESBL, seguido de AmpC. Os mecanismos de resistência aos carbapenêmicos ainda são muito pouco difundidos e nem sempre são conferidos por enzimas. Quando não são detectados a produção de carbapenemases, essa resistência geralmente está associada a produção concomitante de ESBL e hiperprodução de AmpC ou redução de porinas. Como esses mecanismos de resistência estão cada vez mais presentes no ambiente hospitalar, é necessário o conhecimento dos fenótipos de resistência. Com esses dados, o médico pode direcionar o tratamento do paciente, evitando falhas terapêuticas e reduzindo os custos de internação.