27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:53-2


Poster (Painel)
53-2ANÁLISE DO PERFIL DE RESISTÊNCIA A ANTIMICROBIANOS EM AMOSTRAS DE Escherichia coli UROPATOGÊNICA DE ORIGEM CANINA E HUMANA
Autores:Barbosa, E.V. (UFF - LEMA - Universidade Federal FluminenseUFF- LABIEMOL - Universidade Federal Fluminense) ; Nunes, E.L.C. (UFF - LEMA - Universidade Federal FluminenseUFF- LABIEMOL - Universidade Federal Fluminense) ; Carvalho, C.A. (UFF - LEMA - Universidade Federal Fluminense) ; Azevedo, G.S.G. (UFF- LABIEMOL - Universidade Federal Fluminense) ; Castro, H.C. (UFF- LABIEMOL - Universidade Federal Fluminense) ; Cerqueira, A.M.F. (UFF - LEMA - Universidade Federal Fluminense)

Resumo

Escherichia coli é membro da microbiota intestinal do homem e de animais. Além de cepas comensais e enteropatogênicas, destaca-se a existência de estirpes patogênicas extraintestinais, como a E. coli uropatogênica (UPEC), associada à infecções no trato urinário, podendo ser fatais em indivíduos debilitados. A resistência bacteriana, que ocorre na clínica humana e veterinária, associa-se fortemente à utilização inadequada e/ou subterapêutica de antimicrobianos, levando a falhas no tratamento. Este trabalho, aprovado no Comitê de Ética da Universidade Federal Fluminense (UFF), avaliou a resistência bacteriana a 18 antimicrobianos convencionais, em 15 amostras clínicas de UPEC de origem canina (n=07) e humana (n=08). As amostras foram analisadas pelo teste de sensibilidade in vitro, utilizando o método de difusão em discos e determinação da concentração inibitória mínima (CIM), pela técnica de microdiluição em caldo, além da identificação genotípica da enzima β-lactamase, pela reação da polimerase em cadeia (PCR). Das amostras pesquisadas, 47% apresentaram resistência aos antibióticos testados, sendo 38% de origem humana e 57% canina. A multirresistência foi verificada em 20% das amostras, sendo uma cepa canina resistente a 12 antibióticos, produtora de β-lactamase de espectro estendido (ESBL), com produto de amplificação de 550pb de um fragmento do gene CTX-M. O gene CTX-M, codificador de uma nova família de ESBL, emergiu nos últimos anos principalmente em E. coli, sendo mais frequente o seu isolamento em amostras de origem humana hospitalar e da comunidade. A maior taxa de resistência foi observada para a tetraciclina em 43% das amostras caninas, com valores de CIM entre 128-256µg/ml. Em 25% das amostras humanas, as maiores taxas de resistência foram encontradas para ampicilina, estreptomicina e sulfametoxazol com trimetoprim. Não foi observada resistência ao cloranfenicol, imipenem, meropenem e gentamicina em nenhuma amostra avaliada. O estreitamento das relações entre humanos e animais de companhia e a possibilidade do cão atuar como possível reservatório de cepas de UPEC, podendo ocorrer a transmissão interespécies de cepas multirresistentes, justifica a importância do monitoramento da resistência bacteriana em amostras humanas e animais. Além disso, torna-se relevante a aplicação terapêutica de antimicrobianos de forma consciente, com níveis maiores que a CIM no local da infecção.