27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:53-1


Poster (Painel)
53-1PERFIL DE RESISTÊNCIA PRODUÇÃO DE ESBL E GRUPOS FILOGENÉTICOS DE AMOSTRAS FECAIS DE Escherichia coli ISOLADAS DE CÃES E HUMANOS CO-HABITANTES
Autores:Carvalho, A. C. (UFF - UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE) ; Cerqueira, A. M. F. (UFF - UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE)

Resumo

A resistência microbiana em Escherichia coli é fato comum e sua incidência crescente em cepas de origem canina suscita o papel destas como fontes potenciais para a população humana. O objetivo do presente estudo foi analisar comparativamente cepas de Escherichia coli isoladas de fezes de cães e humanos co-habitantes e humanos sem contato com cães, como grupo controle, quanto à resistência microbiana e relação genética. Cento e três cepas multirresistentes de Escherichia coli originadas de amostras fecais de cães (n=42) e seus proprietários (n=42) e humanos sem contato com cães (n=19) residentes no município de Rio das Ostras, RJ/Brasil, foram avaliados quanto à sensibilidade aos antimicrobianos ampicilina, amoxicilina com clavulanato, aztreonam, cefalexina, cefepime, cefotaxima, ceftazidima, ceftriaxona, ciprofloxacina, cloranfenicol, doxiciclina, ertapenem, estreptomicina, gentamicina, imipenem, meropenem, tetraciclina, por ensaio de difusão em discos. Os isolados foram analisados quanto a presença de genes codificadores de resistência a betalactâmicos do tipo ESBL blaTEM, blaCTX-M e blaSHV e caracterizados por filotipagem, através da técnica de PCR. Considerando todos os grupos estudados, os fenótipos mais freqüentes foram ampicilina/ estreptomicina (13,6%), seguido de ampicilina/ estreptomicina /sulfa-trimetoprim (3,9%). Apesar disso, não foram observadas diferenças significativas nas frequências de resistência para estas drogas, exceto para a associação sulfametoxazol-trimetoprim, onde as amostras humanas e do grupo controle apresentaram frequências estatisticamente superiores as amostras caninas (p≤0,05), e não diferiram entre si. Em nossos ensaios, detectamos resistência codificada pelos genes das famílias blaTEM, blaCTX-M e blaSHV, em amostras tanto de origem humana quanto canina, nas seguintes proporções 19% 21,4% 2,4% caninos, 14,3% 7,2% 2,4% humanos e 15,8% 36,8% 0% controles, respectivamente. O grupo filogenético A foi predominante independente da espécie hospedeira. Não foram isoladas amostras ESBL, pertencentes ao filogrupo B2. Detectamos a presença simultânea de Escherichia coli multirresistentes em cães e seus proprietários. Em algumas duplas de amostras do mesmo domicílio, as amostras caninas e humanas demonstraram considerável semelhança, com possibilidade de tratar-se de clones circulantes entre indivíduos e animais do mesmo ambiente, ou ainda de cepas portadoras dos mesmos elementos genéticos carreadores de resistência.