27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:31-1


Poster (Painel)
31-1Bioindicadores de qualidade microbiológica em raízes de Cephaelis ipecacuanha (Brot.) Tussac (ipecacuanha) comercializadas em feira livre do Seridó do Rio Grande do Norte.
Autores:Rocha, F.A.G. (UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do NorteIFRN - Instituto Federal de Educ. Ciência e Tecn. R. G. Norte) ; Araújo, M.F.F. (UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte) ; Costa, N.D.L. (UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte) ; Souza, J.A.B. (IFRN - Instituto Federal de Educ. Ciência e Tecn. R. G. Norte) ; Pontes, E.D.M (IFRN - Instituto Federal de Educ. Ciência e Tecn. R. G. Norte) ; Bezerra, L.K.M.R (IFRN - Instituto Federal de Educ. Ciência e Tecn. R. G. Norte) ; Bezerra, J.R.G. (IFRN - Instituto Federal de Educ. Ciência e Tecn. R. G. Norte)

Resumo

Ao longo da história, as comunidades humanas acumularam conhecimentos acerca do potencial terapêutico da flora, empregando espécies dotadas de fitofármacos bioativos. Reconhecendo a eficácia das plantas medicinais, a OMS recomenda a sua incorporação no SUS e aponta a veiculação de patógenos nestas como um risco à saúde humana. Em geral, o comércio do produto ocorre em feiras livres, sob higiene precária, facilitando a sua contaminação por microrganismos indesejáveis. Na região Seridó/RN, os chás preparados com plantas medicinais são recursos frequentes na Medicina Tradicional. Objetivamos determinar em amostras de Cephaelis ipecacuanha (ipecacuanha) comercializadas na feira livre de Currais Novos/RN, as densidades de: bactérias aeróbias mesófilas (PCA, 35±1oC/24±2h); Escherichia coli (MUG-VRBA, 35±1oC /24±2h); Staphylococcus aureus (Mannitol Salt Agar, 36±1oC/24-48; DNAse Agar-metil green/50±2oC/2h); bolores e leveduras (PDA, 25±1oC/5 dias). Utilizou-se plano de amostragem de duas classes, com n=15. Os resultados foram comparados aos limites da OMS para o preparo de chás. As densidades médias observadas e os percentuais de reprovação foram respectivamente: bactérias aeróbias mesófilas - 1,2x107 UFC/g, 26,6%; bolores e leveduras - 2,9x106 UFC/g, 100%; E. coli - 2,2x104 UFC/g, 93,3%; S. aureus - 1,6x106 UFC/g, 0%. A OMS não especifica limites para a presença de S. aureus, apesar do seu envolvimento em surtos de doenças estafilocócicas. A detecção de E. coli indica contaminação fecal das amostras. As temperaturas envolvidas no preparo dos chás são insuficientes para a inativação de toxinas termorresistentes produzidas por S. aureus, E. coli Enterotoxigênica (ETEC) e fungos dos gêneros Aspergillus, Penicillium e Fusarium. Todas as amostras foram consideradas impróprias para o consumo na forma de chás, representando risco à saúde humana. Recomendamos a ampliação dos estudos e a implantação de rotinas de Boas Práticas nos pontos de venda. É urgente que seja criada no país legislação voltada ao estabelecimento de parâmetros de qualidade microbiológica e sanitária para a comercialização em feiras livres e mercados de plantas medicinais brutas e preparos tradicionais derivados.